
Pouco depois, o cadáver da vítima era encontrado no local, com marcas de agressão violenta na cabeça e no corpo. A Polícia Judiciária foi chamada, o corpo acabou por ser recolhido e a testemunha ouvida depois das 12h20, quando os inspectores a foram buscar: 'Vi os dois homens a pontapearem violentamente a vítima', que já não se levantou mais', recorda ao CM o inglês, que viu tudo com os binóculos.
Duas poças de sangue no local indiciam que a vítima, que se presume ser estrangeira, terá sofrido uma primeira agressão e tentado escapar, vindo a ser morta uns escassos 20 metros à frente, supostamente a pontapé.
Ernesto Belchior diz ter visto os suspeitos ao longe, no local do crime, e terão entre 20 e 30 anos, ambos de estatura média. 'Vi um deles correr depois de ter dito que ia matar a vítima e, em seguida, ouvi-os a rir.'
As autoridades ainda desconheciam ontem à tarde a identidade da vítima. A GNR de Portimão foi a primeira a chegar à zona ribeirinha de Alvor, depois de ter sido alertada por uma chamada telefónica anónima, apurou o CM junto de fonte do Comando – e, no local, os militares pediram ajuda a um antigo pescador, para saber se se tratava de alguém conhecido ou residente na zona. A resposta foi negativa.
O corpo do homem, aparentemente estrangeiro, foi transportado para o Gabinete de Medicina Legal de Portimão, onde deverá ser hoje autopsiado, para se apurar ao certo as causas da morte.
CADÁVER SEMINU ESTAVA DEITADO DE COSTAS
O cadáver do homem assassinado encontrava-se seminu, apurou o CM junto de um pescador que viu o corpo. 'Ele tinha apenas umas ceroulas brancas vestidas e estava deitado de costas, com o tronco nu e a cara e os braços cheios de sangue', descreveu João Pedro Pacheco, que se sentiu 'esmorecer' com aquilo que presenciou ontem de manhã.
'Eu ia para o rio e a GNR viu-me passar e perguntou-me se eu era capaz de olhar para o corpo, para ver se era alguém conhecido, e eu lá fui. Mas estou convencido de que não se trata de um filho de Alvor. Era baixo e, pelo aspecto, parecia estrangeiro, com cerca de 40 a 50 anos', recorda o pescador.
Outras pessoas referiram ao CM, no local, que a vítima vestia 'uma espécie de calções compridos'. Todas elas referiram a existência de muito sangue no cadáver e no chão.
'VI-OS A DAR VÁRIOS PONTAPÉS NA VÍTIMA'
O homicídio foi testemunhado por um inglês, Edward, residente em Alvor, que se encontrava no interior da sua embarcação, ancorada na ria, em frente à antiga lota: 'Ouvi muito barulho na margem, pelas 04h00, e peguei nos binóculos para ver o que se passava. Vi dois homens a dar vários pontapés violentos na vítima, a qual, pelos movimentos dos agressores, já estaria caída no chão ', revelou ao CM.
A testemunha, que ontem de manhã foi ouvida pela Judiciária, disse ter 'ficado algum tempo à espera que o agredido se levantasse depois de os outros se terem ido embora, mas isso não aconteceu'.
PORMENORES
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Judiciária de Portimão procedeu ontem de manhã à recolha de indícios na zona ribeirinha, tendo ouvido ainda alguns testemunhos.
PASSEIO ILUMINADO
O passeio junto à ria de Alvor, onde o crime ocorreu, está bem iluminado. O corpo foi encontrado estendido entre dois bancos e perto de um candeeiro.
POPULAÇÃO CHOCADA
Residentes de Alvor comentavam ontem o homicídio e mostravam-se muito chocados.
2 Brasileiros detidos de homicídio de cidadão irlandês
A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta quinta-feira dois homens, de 19 e 26 anos, suspeitos de serem os autores dos crimes de homicídio e de roubo, no passado dia 06 de Setembro a um cidadão irlandês, de 51 anos.
Os crimes ocorreram na madrugada desse dia, no espaço pedonal da zona ribeirinha de Alvor, onde agrediram violentamente o homem irlandês que acabou por falecer vítima dessas agressões.
A vítima, encontrava-se de férias, juntamente com a mulher e amigos, terá ficado sozinha, pouco depois da meia-noite, na zona dos bares de Alvor, onde terá travado conhecimento com os agressores.
As operações de investigação desenvolvidas nos últimos dias, com o apoio de outras forças policiais, permitiram localizar e deter os autores levando ainda à identificação de outros elementos do grupo.
Fonte: Correio da Manhã
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