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terça-feira, 16 de junho de 2009

Eleições no Irão


Dia 13/06

Ahmadinejad mantém presidência no Irão

O presidente cessante Mahmud Ahmadinejad é apresentado como o vencedor do escrutínio eleitoral de ontem, com 62,6% dos votos. Mas a anunciada vitória esmagadora não é pacífica.

O presidente cessante Mahmud Ahmadinejad obteve 62.6 por cento dos votos nas eleições presidenciais iranianas de sexta-feira, anunciou o ministro do Interior, Sadeq Mahsouli O principal rival de Ahmadinejad, Mir Hossein Mussavi , um conservador moderado, obteve 33.75 por cento dos votos. Segundo o Conselho dos Guardiães, máxima autoridade eleitoral, que valida os resultados, 82 por cento dos iranianos participaram nas eleições presidenciais, um número "sem precedentes". "Mais de 82 por cento dos 46,2 milhões de eleitores votaram nas décimas eleições presidenciais", declarou Abbas Ali Kadkhodaei, porta-voz do conselho. Kadkhodaei, citado pela imprensa local, precisou que o número não inclui os eleitores no exterior do país.

A anunciada vitória esmagadora do líder ultraconservador está envolta em polémica. O principal candidato da oposição apresentou já um protesto formal contra aquilo a que chamou de "farsa perigosa".

Na corrida à presidência estavam quatro candidatos .

Desde ontem à noite que, tanto os apoiantes de Ahmadinejad como os de Moussavi, clamam vitória nas ruas de Teerão.



Ahmadinejad anuncia tumultos em Teerão


O presidente cessante do Irão , Mahmoud Ahmanidejad , anunciou hoje a ocorrência de tumultos na capital iraniana depois de conhecidos os resultados da eleição presidencial.

Ahmadinejad, que considerou a sua reeleição "uma grande vitória", acrescentou que as eleições foram "totalmente livres", apesar de os apoiantes do seu opositor Hussein Moussavi terem saído às ruas para protestarem contra os resultados das eleições.

Os confrontos com a polícia acabaram por descambar em verdadeiros tumultos nalguns bairros, segundo testemunhos de populares e de correspondentes da agência de notícias francesa, AFP, no local.

O alvo dos manifestantes era o ministério do Interior, um grande edifício de betão que remonta à época do Xá.

A capital iraniana não conhecia tumultos desta dimensão desde os promovidos por estudantes em Julho de 1999. Não se registaram confrontos noutras cidades iranianas.

Segundo o ministro do Interior, Sadegh Mahsouli, Ahmadinejad, 52 anos, obteve 24527516 votos (62,63%) enquanto o conservador moderado Hussein Moussavi obteve 13216411 votos (33,75%).

O conservador Mohsen Rezaï obteve 1,73% dos votos e o reformador Mehdi Karoubi 0,85%.

A participação nas eleições cifrou-se em 85%, segundo Mahsouli, que não mencionou a existência de qualquer irregularidade no escrutínio.



Dia 14/06


Vários responsáveis reformadores retidos


Foram detidos vários membros da Frente da participação e da Organização dos Mudjaidine da revolução islâmica (OMRI), os dois principais grupos reformadores que apoiaram Moussavi, que saiu derrotado nas presidenciais.

ários responsáveis reformadores, apoiantes de Mir Hossein Moussavi, candidato às eleições presidenciais de sexta-feira no Irão, foram detidos sábado à tarde, declarou hoje um responsável do Frente de participação, Rajab-Ali Mazrouie.

Entre as pessoas detidas figuram Mohsen Mirdamadi, chefe do Frente, próximo do antigo presidente Mohammad Khatami, Mostapha Tadjadeh (antigo vice-ministro do Interior), Mohsen Aminzadeh (antigo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros), Abdollah Ramezanzadeh (porta-voz do governo de Khatami), Saïd Shariati, Zohreh Aghajari e Behzad Nabavi.

Todos os detidos são membros da Frente da participação e da Organização dos Mudjaidine da revolução islâmica (OMRI), os dois principais grupos reformadores que apoiaram Moussavi nas eleições presidenciais de 12 de Junho, ganhas pelo presidente cessante Mahmoud Ahmadinejad .

O anúncio dos resultados oficiais provocou sábado confrontos em pleno coração de Teerão por parte dos apoiantes do seu principal rival, Mir Hossein Moussavi, e das acusações de fraude eleitoral.



Ahmadinejad garante que reeleição foi "verdadeira e livre"


Enquanto o presidente iraniano acusava os meios de comunicação social estrangeiros de terem lançado uma "guerra psicológica" contra o país, os protestos voltaram de novo às ruas, com confrontos violentos com a Polícia.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou hoje que a sua reeleição foi "verdadeira e livre" e que não pode ser questionada.

Ahmadinejad falava numa conferência de imprensa, a primeira que dá desde que foi anunciada a sua reeleição para um segundo mandato de quatro anos nas eleições de sexta-feira.

O principal adversário de Ahmadinejad na corrida à presidência, Mir Hossein Mussavi, acusou o governo de irregularidades eleitorais e os seus partidários confrontaram-se sábado com a polícia nas ruas de Teerão.

Hoje os protestos foram retomados e, a cerca de quilómetro e meio do local da conferência de imprensa de Ahmadinejad, jovens deitaram fogo a pneus e caixotes do lixo, enquanto a polícia utilizava os bastões para os dispersar.

"No Irão, a eleição foi verdadeira e livre. A eleição melhorará o poder da nação e o seu futuro", disse numa sala cheia de jornalistas iranianos e estrangeiros.

"Guerra psicológica" contra o Irão

Quando questionado sobre as alegadas irregularidades no escrutínio, o ultraconservador presidente desvalorizou as queixas.

"Alguns acreditaram que ganhariam e depois ficaram zangados. Não tem credibilidade legal. É como a emoção intensa após um jogo de futebol. Não é importante do meu ponto de vista", disse.

"A margem entre os meus votos e os dos outros é demasiado grande e ninguém pode questioná-la", disse ainda.

Mahmud Ahmadinejad obteve 62,63 por cento dos votos, o antigo primeiro-ministro Mir Hossein Mussavi 33,75 por cento, o conservador Mohsen Rezai conseguiu 1,73 por cento dos votos e o reformador Mehdi Karubi 0,85 por cento.

Ahmadinejad acusou os meios de comunicação social estrangeiros de terem lançado uma "guerra psicológica" contra o Irão.

O presidente iraniano reafirmou que o dossier do nuclear pertence "ao passado".

"Como já disse, o dossiê nuclear pertence ao passado", disse, adiantando que o seu país está, pelo contrário, pronto a lançar "um estudo global para o desarmamento nuclear no mundo".

O Irão é objecto de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, algumas com sanções, exigindo a suspensão do seu controverso programa nuclear e continua sem dar resposta a uma proposta das grandes potências para retomar o diálogo sobre o assunto.

Clique para ver o vídeo da Reuters (em inglês)



Filho de Reza Phalevi apela à desobediência civil


Reza Pahlavi, filho do último xá do Irão, pediu hoje à comunidade internacional para apoiar um "cenário de desobediência civil" no país.

Reza Pahlavi, filho do último xá do Irão, herdeiro do trono imperial de Teerão, derrubado em 1979 pela revolução islâmica, pediu hoje à comunidade internacional para apoiar um "cenário de desobediência civil" no país.

"Sempre defendi num cenário de desobediência civil, mas isso só poderá ocorrer com apoio da comunidade internacional", declarou Pahlavi, que vive exilado nos Estados Unidos.

"Já é tempo de os meus compatriotas serem apoiados mundialmente no seu combate pela liberdade, direitos humanos e democracia", acrescentou o filho de Reza Pahlevi.

Pahlavi considerou que a reeleição de Mahmud Ahmadinejad para a presidência já era esperada, porque o regime no poder controla tudo e nenhum outro candidato teria hipótese de ganhar.

"O problema é que enquanto este regime estiver instalado não haverá progresso nem liberdade para os iranianos", afirmou.

Interrogado sobre a hipótese de um ataque israelita contra as instalações nucleares iranianas, o filho do último xá do Irão considerou que isso "só beneficiaria" o actual regime.

Na sequência da eleição presidencial em que Hamud Ahmadinejad foi reconduzido, o regime de Teerão deteve pelo menos uma centena de seguidores do candidato da oposição reformista, Mir Husein Musavi, e decretou o encerramento do escritório da cadeia de televisão árabe Al-Arabiya em Teerão.

As autoridades iranianas não forneceram qualquer explicação para proibir de retaliação pela cobertura jornalística das recentes eleições, em que a Al-Arabiya também deu voz aos opositores de Ahmadinejad.



Mussavi pede anulação das eleições


O principal candidato da oposição que perdeu as presidenciais iranianas , Mir Hossein Mussavi, apresentou ao Conselho dos Guardiães da Constituição um pedido de anulação das eleições de sexta-feira por irregularidades, indica um comunicado divulgado hoje.

O Conselho dos Guardiães da Constituição é a autoridade máxima encarregada de confirmar a validade de qualquer eleição.

"Apresentei neste dia (domingo) o meu pedido ao Conselho dos Guardiães para anular os resultados da eleição", refere um comunicado de Mussavi divulgado no "site" da Internet da sua campanha eleitoral.

Os membros do conselho são nomeados directamente e indirectamente pelo guia supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei, que se congratulou sábado com a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad .

Para Mussavi, a anulação das eleições é a única forma de restaurar a confiança do povo.

O antigo primeiro-ministro, conservador moderado, diz ter sido o verdadeiro vencedor das presidenciais.

De acordo com os resultados divulgados pelo Ministério do Interior iraniano, responsável pelo escrutínio, Mahmud Ahmadinejad obteve 62,63% dos votos, o antigo primeiro-ministro Mir Hossein Mussavi 33,75%, o conservador Mohsen Rezai conseguiu 1,73% dos votos e o reformador Mehdi Karubi 0,85%.

Mussavi exortou os seus apoiantes a continuar a sua oposição "social e legítima" aos resultados de forma pacífica e aconselhou a polícia a parar com a violência contra os manifestantes.

Pelo segundo dia consecutivo, manifestantes pró-Mussavi e polícia defrontaram-se em Teerão, com os primeiros a lançarem pedras aos gritos de "morte ao ditador" e as forças de segurança a utilizarem gás lacrimogéneo.

Segundo um jornalista da agência noticiosa francesa AFP, os polícias chegaram mesmo a disparar para o ar várias vezes para afastar os manifestantes, na rua Motahari, sem que se registassem feridos.

A polícia anunciou ter detido 170 pessoas, entre as quais 70 "organizadores", no quadro dos motins de sábado. Algumas foram depois libertadas.

Também dois jornalistas da televisão pública holandesa, que faziam a cobertura das presidenciais no Irão, foram detidos pela polícia e exortados a deixar o país, indicou hoje a cadeia televisiva pública Nederland 2.

Num comunicado divulgado na Internet, a televisão diz que o jornalista Jan Eikelboom e o operador de câmara Dennis Hilgers foram detidos quando estavam a filmar em frente ao quartel-general de Mussavi. O material gravado foi apreendido, a autorização para filmar foi-lhes retirada e tiveram de abandonar o país, adianta.

A radiotelevisão pública belga informou, por seu turno, que dois jornalistas belgas foram detidos quando cobriam as manifestações após o anúncio dos resultados.

Willy Vandervorst, da radiotelevisão francófona RTBF, e Jef Lambrecht, da cadeia flamenga VRT, foram detidos durante cerca de uma hora no Ministério da Informação iraniano e aconselhados a não tirar fotografias ou gravar imagens.

A cadeia belga disse que outro dos seus técnicos de som foi agredido sábado pela polícia quando cobria uma manifestação e afirmou que os seus enviados especiais "estão a pagar o preço da repressão mediática" lançada pelas autoridades iranianas.

O regime de Teerão também decretou hoje o encerramento do escritório da cadeia de televisão árabe Al-Arabiya na capital iraniana.

As autoridades iranianas não forneceram qualquer explicação para proibir este canal televisivo, mas observadores locais referem que foi uma medida de retaliação pela cobertura jornalística das recentes eleições, em que a Al-Arabiya também deu voz aos opositores de Ahmadinejad.



Dia 15/06


Irão: Avatollah quer eleições investigadas


O guia supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei, ordenou uma investigação na sequência da denúncia de fraude nas eleições presidenciais da última sexta-feira, anunciou hoje a televisão pública iraniana.

A televisão pública do Irão também referiu hoje que Khamenei convidou domingo o candidato Mir Hossein Mussavi a prosseguir com a contestação dos resultados da eleição presidencial de 12 de Junho apenas pelas vias legais.

"Deve prosseguir com a questão pelas vias legais", afirmou o guia supremo, referindo especificamente a entrega no domingo por Mussavi de um recurso ao Conselho dos Guardiães da Constituição para obter a anulação dos resultados.

Mussavi continua a afirmar que a eleição de sexta-feira, na qual o Presidente cessante Mahmud Ahmadinejadobteve uma esmagadora vitória na primeira volta, decorreu com graves irregularidades.



Manifestação reúne centenas de milhares de apoiantes de Musavi


O Ministério do Interior do Irão proibiu a manifestação, mas centenas de milhar de apoiantes de Musavi sairam à rua. O corpo de intervenção da Polícia já foi chamado.

Milhares de apoiantes do candidato às presidenciais iranianas Mir Hossein Mussavi estão hoje reunidos em Teerãopara protestar contra a reeleição de Mahmud Ahmadinejad , apesar de uma proibição da Polícia, refere a France Presse. Segundo a BBC, haverá dezenas de milhar de manifestantes, mas a CNN e o "La Repubblica" referem centenas de milhar.

A multidão de apoiantes do candidato da oposição está a aumentar rapidamente e muitas pessoas estão a deslocar-se para a praça Azadi, que fica a poucos quilómetros do local da concentração. Os manifestantes gritam "morte ao ditador", referindo-se ao Presidente Mahmud Ahmadinejad, e ainda "os iranianos preferem a morte à humilhação" e "Mussavi, nós apoiamos-te". O Ministério do Interior proibiu esta manifestação lançada inicialmente por um apelo de Mussavi. A Polícia de choque está presente no local.


Dez mil desfilaram contra Ahmadinejad

Morte ao ditador" e "os iranianos preferem a morte à humilhação" foram algumas das frases gritadas na grande manifestação que hoje teve lugar em Teerão contrariando a sua proibição.
Mais de 10 000 apoiantes do candidato presidencial iraniano Mir Hossein Mussavi desfilaram hoje em Teerão para protestar contra a reeleição de Mahmud Ahmadinejad, apesar de uma proibição da polícia.

Mir Hossein Mussavi - que tinha anunciado um adiamento da manifestação - assistiu ao desfile, na avenida Azadi no centro de Teerão, no interior de um automóvel acompanhado por outro candidato às presidenciais, Mehi Karubi, que também contesta os resultados eleitorais.

Os manifestantes gritam "morte ao ditador", referindo-se ao Presidente Mahmud Ahmadinejad, e ainda "os iranianos preferem a morte à humilhação" e "Mussavi, nós apoiamos-te".

O Ministério do Interior iraniano proibiu a manifestação lançada inicialmente por um apelo de Mussavi, um ex-primeiro-ministro e candidato reformador às presidenciais que tiveram lugar sexta-feira.

A manifestação foi acompanhada por cerca de uma centena de elementos da polícia de intervenção e a rede de telemóveis na zona foi bloqueada para evitar a mobilização de manifestantes.

A televisão estatal iraniana não difundiu qualquer imagem da manifestação e nem sequer mencionou a sua realização. Igual comportamento foi adoptado por todas as agências de informação iranianas, públicas e privadas.

Apesar de uma taxa de participação recorde de 85 por cento, que deveria beneficiar o candidato Mussavi, este obteve apenas 34 por cento dos votos.

A avenida Azadi é uma das maiores artérias da capital iraniana e foi um dos principais palcos das manifestações contra o Xá durante a revolução que conduziu à queda do regime imperial em 1979.

A avenida também é desde 1979 o local tradicional do desfile anual das comemorações da revolução islâmica do Irão.



Iranianos "enchem" Teerão para protestar contra Ahmadinejad


Apoiantes de Mir Houssein Missavi foram para as ruas deTeerão protestar pela reeleição de Mahmud Ahmadinejad.




Continuam os protestos pela reeleição de Mahmud Ahmadinejad no Irão. Apoiantes de Mir Houssein Missavi encheram hoje as ruas de Teerão.


Um morto em protesto contra reeleição de Ahmadinejad


Pelos menos um manifestante iraniano foi hoje morto a tiro e outros ficaram feridos no final de um protesto que reuniu em Teerão centenas de milhar de pessoas contra a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad, indicaram jornalistas no local.

De acordo com um fotógrafo da agência Associated Press, os disparos foram feitos a partir de instalações ocupadas por uma milícia de voluntários ligada à força de elite iraniana Guardas da Revolução.

Um fótografo iraniano explicou à Efe que vários membros da milícia Basij abriram fogo contra os manifestantes, tendo provocado a morte de uma pessoa. Várias pessoas ficaram também feridas na sequência dos confrontos entre os membros da milícia e os manifestantes.

Os disparos foram feitos no final da manifestação, depois de manifestantes terem incendiado pneus e caixotes do lixo perto da praça Azadi, onde culminou o protesto dos apoiantes de Mussavi contra os resultados das eleições presidenciais de sexta-feira no Irão, que deram a vitória ao presidente, Mahmud Ahmadinejad. De acordo com a agência Reuters, a acção foi levada a cabo por um homem armado.

A manifestação foi vigiada de perto por centenas de elementos das forças de segurança com equipamento anti-motim. Para afastar a multidão, as autoridades lançaram gás lacrimogéneo e foi nessa altura que se ouviram disparos.

Segundo jornalistas estrangeiros, a manifestação de hoje foi a maior demonstração de unidade da oposição desde que Moussavi acusou, sábado, o regime de fraude eleitoral generalizada.



Dia 16/06


Rússia anula encontro com Irão


Alegando agenda "carregada", o Presidente Medvedev cancelou o encontro de hoje com o seu homólogo iraniano.

O encontro entre os presidentes russo e iraniano que estava previsto para hoje em Ekaterimburgo, Rússia, foi anulado, noticiou a agência Interfax.

Apesar da crise no Irão, Mahmud Ahmadinejad chegou hoje a Ekaterimburgo para participar nas cimeiras da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Um membro da delegação russa justificou a anulação do encontro entre Dmitri Medvedev e Mahmud Ahmadinejad com agenda "carregada" do Presidente russo no "âmbito das cimeiras da OCX e dos BRIC".

Ao contrário do que estava previsto, Mahmud Ahmadinejad não chegou segunda-feira a Ekaterimburgo - cidade russa situada na fronteira entre a Europa e a Ásia - para o jantar informal dos dirigentes dos países membros e dos observadores da OCX, mas apenas hoje de manhã.

A imprensa russa atribui esse adiamento à grave crise política criada no Irão depois das eleições presidenciais de sexta-feira, em que foi dado como vencedor, mas cujos resultados foram contestados pelos outros candidatos.

O Kremlin considera que a questão das eleições no Irão é "um assunto interno do povo iraniano" e saudou Ahmadinejad por ter escolhido a Rússia para realizar a primeira visita ao estrangeiro depois da sua reeleição.



Manifestações pró e contra Ahmadinejad no mesmo local


Mussavi, o candidato presidencial derrotado, não tenciona participar na manifestação, mas "pede ao povo e aos seus apoiantes para actuarem pacificamente, não caírem na armadilha dos combates de rua e conservarem a calma".

Apoiantes do Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e do candidato às presidenciais de sexta-feira passada, Mir Hossein Mussavi, convocaram para hoje manifestações para o mesmo local do centro de Teerão, com duas horas de diferença.

Tudo começou com os apoiantes de Mussavi a apelarem, segunda-feira à noite, para uma concentração às 17h00 de hoje (12h30 em Lisboa), na Praça Vali Asr, num clima de tensão acrescida pela morte de sete manifestantes.

Horas depois, já hoje de manhã, a agência noticiosa Irna anunciava a realização de uma manifestação pró-Ahmadinejad no mesmo local, mas duas horas antes. "Uma grande concentração popular decorrerá às 15h00 (10h30) na Praça Vali Asr para protestar contra os tumultos e os danos infligidos aos equipamentos públicos", segundo a Irna.

Enquanto isso, Mir Hossein Mussavi apelou no seu site na Internet para que a manifestação dos seus apoiantes seja calma e pacífica. Mussavi não tenciona participar na manifestação, mas "pede ao povo e aos seus apoiantes para actuarem pacificamente, não caírem na armadilha dos combates de rua e conservarem a calma".

O ex-primeiro-ministro, que contesta a reeleição de Ahmadinejad nas eleições de 12 de Junho, participou ontem numa manifestação pacífica de grande dimensão no centro de Teerão, que ficou marcada pela morte de sete manifestantes que atacaram uma base da milícia islâmica "Bassi".

Nessa manifestação, centenas de milhares de pessoas fizeram o percurso altamente simbólico da avenida que liga as praças da Revolução (Enqelab) e a da Liberdade (Azadi). A mesma avenida foi o principal palco das sangrentas manifestações que desencadearam a queda do regime imperial e a vitória da revolução islâmica, em 1979.



Irão admite recontagem dos votos


O Conselho dos Guardiães iraniano anunciou hoje estar pronto para fazer uma recontagem dos votos.

O Conselho dos Guardiães iraniano afirmou que está pronto para fazer uma recontagem dos votos das urnas "sujeitos a objecções", afirmou hoje o porta-voz do organismo, Abbas Ali Kadkhodai, citado pela agência oficial Irna.

O organismo recebeu de candidatos às presidenciais iranianas pedidos para que os resultados do escrutínio fossem anulados por alegarem que houve fraude eleitoral.


Sete mortos em Teerão

Sete civis foram mortos segunda-feira em Teerão, à margem da manifestação pró-Moussavi, após terem atacado uma unidade militar, disse hoje de manhã a rádio oficial de informação Rádio Payam.

"Vários vadios queriam atacar um posto militar e danificar os equipamentos públicos perto do lugar Azadi. Infelizmente, sete pessoas foram mortas e várias outras ficaram feridas", disse a rádio.

Um fotógrafo iraniano testemunhou pelo menos uma morte, segunda-feira à noite, depois de manifestantes terem atacado uma base da milícia islâmica do bassidj, e dos seus ocupantes terem disparado sobre eles com armas automáticas.


Medvedev e Ahmadinejad reuniram-se à margem da cimeira


Os presidentes da Rússia e do Irão, Dmitri Medvedev e Mahmud Ahmadinejad, reuniram-se à margem da Cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, anunciou Natália Timakova, porta-voz do Kremlin.

"As partes acordaram continuar a cooperação económica e humanitária, os contactos", acrescentou Natália Timakova, depois do encontro de Medvedev e Ahmadinejad, realizado na cidade russa de Ekaterimburgo.

As agências de informação russas noticiaram a suspensão do encontro entre os dois chefes de Estado.

Um membro da delegação russa explicou essa suspensão com o facto do programa carregado de trabalho do Presidente russo no âmbito das cimeiras da OCX e dos BRIC.

Mahmud Ahmadinejad não chegou na véspera a Ekaterimburgo, tal como estava previsto, pois estava convidado para o jantar informal dos dirigentes dos países membros e dos observadores da OCX, mas apenas hoje de manhã.

A imprensa russa atribui esse adiamento à grave crise política criada no Irão depois das eleições presidenciais de domingo nesse país.

O Kremlin considera que a questão das eleições no Irão é "um assunto interno do povo iraniano" e saudou Ahmadinejad por ter escolhido a Rússia para realizar a primeira visita ao estrangeiro depois da sua reeleição.



Ahmadinedjad antecipa regresso a Teerão


O Presidente do Irão, Mahmud Ahmadinedjad, suspendeu a conferência de imprensa marcada para hoje à tarde em Ekaterimburgo e deu por terminada a sua permanência na cidade russa, informa a agência Ria-Novosti, citando fontes da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai.

"Devido à falta de tempo, Ahmadinejad anulou a conferência de imprensa, anteriormente planeada para a tarde de hoje no centro de imprensa da cimeira da OCX", declarou a fonte da agência russa, acrescentando: "a visita do Presidente do Irão terminou".

Esta fonte informou também que, além do encontro com o Presidente russo, Dmitri Medvedev, o dirigente iraniano se encontrou com o homólogo chinês Hu Zintao.

Natália Timakova, porta-voz do Kremlin, anunciou em Ekaterimburgo que os dirigentes dos países membros da Organização de Cooperação de Xangai felicitaram Mahmud Ahmadinedjad pela sua reeleição nas eleições presidenciais iranianas.


... E A SAGA CONTINUA...

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