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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Choque total entre Belém e S. Bento


Não é a primeira vez que Cavaco Silva e José Sócrates entram em rota de colisão

Não é a primeira vez que Cavaco Silva e José Sócrates entram em rota de colisão

O PSD desmente categoricamente que tenha recebido contributos de assessores do Chefe de Estado para o programa eleitoral, depois da polémica que eclodiu em Belém e São Bento com suspeitas de vigilância apertada por parte do Governo à Presidência da República.

Suzana Toscano, assessora para a Educação e Juventude de Belém e ex-chefe de gabinete de Manuela Ferreira Leite, está no centro da polémica, apontada como um dos nomes que terá dado contributos, a título pessoal, aos sociais-democratas.

Confrontada pelo CM sobre esta alegada participação, Suzana Toscano remeteu qualquer questão para ' a assessoria de imprensa' do Palácio de Belém.

Os assessores do Presidente temem estar a ser vigiados e há um elemento, membro da Casa Civil do Presidente, que verbaliza essa ideia, de acordo com o ‘Público’. Contudo, nenhuma fonte oficial de Belém corroborou ontem esta versão ou a desmentiu.

É neste quadro que surge a maior tensão institucional entre Cavaco e José Sócrates. Mesmo que publicamente o chefe de Governo afirme que não pode 'perder tempo a comentar disparates de Verão que são muito próprios desta altura do ano', o PS tem--se desdobrado em críticas contundentes à Presidência da República. O socialista José Junqueiro, o responsável por levantar a questão de contributos de assessores de Cavaco Silva para o programa eleitoral, considera que é preciso 'dar a cara' e que não se deve fazer acusações 'demasiado graves' sob anonimato. 'Eu dei a cara', sublinhou, relatando uma revista de imprensa televisiva que serviu de mote às suas críticas prévias a mais este episódio, depois do processo do Conselho de Ética em que Lobo Antunes não foi nomeado.

PCP fala em 'pequeno conflito' e o BE em 'troca de recados'. Mas Aguiar Branco, do PSD, afirmou: 'Constato a coincidência. Vai ao encontro daquilo que outros já disseram. (...) Muitos sectores denunciaram a asfixia.' O PSD tem feito o discurso sobre a asfixia democrática no País.

PGR TEM DE ABRIR INQUÉRITO

Segundo apurou o CM face às suspeitas levantadas pela Casa Civil da Presidência da República de que haveria 'escutas' aos assessores da presidência, a Procuradoria--Geral da República (PGR) tem de abrir um inquérito e investigar os factos ontem denunciados. O CM questionou directamente a PGR, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter resposta.

DISCURSO DIRECTO

'NÃO RESPONDO A FANTASMAS': Vitalino Canas, dirigente do PS

- Perante as informações de que Belém teme estar a ser vigiada deveria haver um comunicado formal da Presidência?

Vitalino Canas – Não tenho por hábito responder a fantasmas.

– Há motivo para se discutir a neutralidade do Presidente, até pela possível participação de assessores de Belém no programa do PSD?

– Não vejo nenhum problema que assessores do Presidente, a título pessoal, tenham qualquer tipo de participação política.

– Quanto à neutralidade?

– Acho que não, porque aquilo que tem transparecido é algum protagonismo, talvez escusado, da parte de pessoas, aparentemente da Casa Civil da Presidência.

PERFIL

Suzana Toscano nasceu em 1955 e é licenciada em Direito. Foi chefe de gabinete da actual líder do PSD e secretária de Estado da Administração Pública com Durão Barroso. Chegou a ser apontada para cabeça-de-lista em Leiria pelo PSD. Margarida Saavedra, sua irmã, é candidata pelo PSD.


Fonte: Correio da Manhã

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