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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Doação de sangue: ministra aborda comportamentos de risco dos homossexuais




Um grupo de pessoas manifestou-se hoje, no Porto, à porta do Hospital de Santo António, contra a alegada discriminação de homossexuais na doação de sangue, mas a ministra da Saúde frisa que apenas estão a ser analisados comportamentos de risco.

"O que temos dito é que não é a homossexualidade masculina a causa para não poder dar sangue. O que temos feito, em função da segurança de quem precisa de sangue, é analisar os comportamentos de risco, e não por ser homossexual ou heterossexual", defende a ministra.

Ana Jorge, que falava à margem de uma visita ao Hospital de Santo António, alerta que "os heterossexuais também têm comportamentos de risco e que, por isso, essas pessoas também não podem dar sangue". De acordo com a ministra, "quando se fala com um previsível dador, analisam-se todos os comportamentos de risco".

André Verde, um dos manifestantes, disse que, no caso concreto do Centro de Hematologia do Hospital de Santo António, não é isso que se passa.

"Temos de preencher um questionário onde se pergunta aos homens se já tiveram relações sexuais com outro homem e, se respondemos sim, é-nos logo dito que não podemos dar sangue. Não nos perguntam se temos sexo seguro ou não. Somos logo considerados pessoas de risco", observou.

O inquérito, documento a que a Lusa teve acesso, apresenta, no ponto 12, a seguinte pergunta: "Se é homem: alguma vez teve relações sexuais com outro homem?"

Confrontada com o facto, a ministra da Saúde limitou-se a dizer que "isso é da responsabilidade do serviço de sangue do Hospital de Santo António".

A Lusa não conseguiu, em tempo útil, uma resposta do centro de Hematologia do Santo António a esta questão.

O Ministério da Saúde admitiu, em resposta a uma pergunta do deputado João Semedo (BE), datada de 13 de Julho, excluir dadores de sangue masculinos que declarem relações homossexuais.

Na resposta do ministério ao Bloco de Esquerda, a que a Lusa também teve acesso, afirma-se: "A necessidade de garantir que os potenciais dadores não têm comportamentos de risco que, em termos objectivos e cientificamente comprovados, podem constituir uma ameaça à saúde e à vida dos potenciais beneficiários, leva à exclusão dos potenciais dadores masculinos que declarem ter tido relações homossexuais."


Fonte: Expresso

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